Dois indivíduos, identificados como Flavio Luiz, de 34 anos, e Daivid Lucas Serrão Sousa, de 15 anos, foram tragicamente assassinados por tiros na região do rio Uraricoera, localizado na Terra Indígena Yanomami. A irmã de Flavio relatou as mortes em um boletim de ocorrência registrado no domingo (24).
O trágico incidente ocorreu na noite de quinta-feira (21), por volta das 23h50. Os corpos das vítimas foram encontrados no leito do rio, amarrados ao motor de uma embarcação.
Segundo o relato da irmã, os garimpeiros e um terceiro homem estavam viajando pelo rio em uma canoa, quando foram “interceptados pelas forças de segurança que estão operando na região.”
No entanto, o Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte, que atua na área, negou qualquer confronto entre militares e garimpeiros resultando em vítimas fatais na data e local mencionados. Eles afirmaram que suas operações são guiadas pelos princípios de legalidade e legitimidade.
De acordo com o relato da irmã, a canoa foi alvo de diversos tiros de fuzil durante a abordagem. O piloto da embarcação foi atingido por uma bala de borracha e conseguiu escapar para a mata. Os garimpeiros, no entanto, foram mortos após serem revistados.
A mulher informou que notificou o caso à Polícia Federal. O G1 tentou entrar em contato com a instituição e com a Força Nacional, que também atua na área indígena, através do Ministério da Justiça, e está aguardando resposta.
Na delegacia, o caso foi registrado como “homicídio qualificado por assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime” e “homicídio qualificado pela traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.”
Os corpos dos garimpeiros foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML) em Boa Vista por uma funerária, conforme informou a Polícia Civil, na madrugada desta segunda-feira (25).