Neste sábado (21), o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), visitou produtores de cacau do Sul do Estado para debater o fortalecimento de cadeias produtivas e desenvolvimento sustentável. Em Caroebe, Sampaio se reuniu com cacauicultores, representantes de cooperativas, do Governo e do Banco da Amazônia (Basa). O ponto principal da reunião foi o convite para um seminário que deve elaborar caminhos para expandir a produção.
Com intuito de ajudar a fomentar a cadeia produtiva do cacau, mel e açaí o presidente da Assembleia Legislativa destinou uma emenda para elaboração de relatórios técnicos que serão compartilhados com produtores rurais. Além disso, a Casa Legislativa aprovou, em plenário, um requerimento para realização de um seminário que abordará o fortalecimento, expansão e a sustentabilidade dessas cadeias produtivas em Roraima.
“Nós reafirmamos aqui o compromisso de realizar esse seminário e trazer para a discussão técnicos especializados, para sairmos com uma proposta consolidada a ser protocolada junto às prefeituras, ao governo do estado e governo federal, buscando recursos para o financiamento dessa produção, sempre pensando na sustentabilidade e no fortalecimento da agricultura familiar”, explicou Sampaio.
O seminário está previsto para ocorrer em novembro deste ano e deve contar com a presença de líderes de cooperativas, produtores, técnicos, representantes governamentais e agências de fomento, para abordar diversos aspectos dessas cadeias produtivas.
O cacauicultor Juarez Pereira ressaltou a importância do debate para ampliar o potencial de cultivo do fruto em Roraima. “A vinda do Sampaio aqui nos traz segurança e demonstra que o Poder Legislativo está atento às nossas demandas. Sem falar que a ampliação da área de cultivo esbarra nas questões legais. tem a questão do reflorestamento, e nós temos o cacau como um elemento repositor de passivo, isso vai facilitar a vida de muita gente que está com passivo ambiental em suas propriedades”, afirmou Pereira.
Atualmente, toda a produção de Juarez é entregue para representantes de uma empresa internacional que exporta a semente de cacau desidratada para o exterior, principalmente para a Índia. “As sementes são enviadas para Jarú, em Rondônia, e de lá, mandadas para fora do Brasil”, apontou o cacauicultor, salientando que, com o apoio correto e a orientação de especialistas, a safra pode aumentar.
O Banco da Amazônia é o principal responsável pela liberação de linhas de crédito para agricultores na região. No encontro, o gerente-geral da agência de Rorainópolis, Miramon Junior, apontou as potencialidades de desenvolvimento da agricultura familiar em Roraima.
“O governo federal está focado muito no pequeno produtor e na agricultura familiar. Nós temos um estado tradicionalmente pecuário, mas vemos a importância da aplicabilidade, principalmente na fruticultura, na agricultura familiar, por questões até de sustentabilidade. Isso melhora a questão de desmatamento, e hoje temos frutas de alta qualidade que são exportadas para Manaus”, destacou o gerente.
Cadeia produtiva
Embora o cacau seja um fruto nativo brasileiro, o país não lidera a produção mundial, ocupando apenas a sexta posição global. Entretanto, o Brasil possui um considerável diferencial de mercado, é o único país produtor que tem em seu território todos os elos da cadeia produtiva, desde o produtor até o consumidor final.
A Amazônia, centro de origem do cacau, tem se mostrado uma região propícia para seu cultivo, devido à sua rica biodiversidade e ao seu clima favorável. Um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e instituições parceiras comprovou que a expansão sustentável da cacauicultura tem sido extremamente benéfica para a Amazônia, integrando geração de emprego e renda à preservação da floresta.
No estado de Roraima o polo cacaueiro se concentra principalmente na região da Vila Entre Rios, em Caroebe, mas está em expansão para os municípios de Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz, conforme aponta o responsável técnico do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Expansão Rural do Estado de Roraima), José Oliveira.
“É uma cultura de suma importância porque já se adapta na região, já tem produtores. Então é um momento ímpar no caso da produção. Hoje nós contamos com a área de aproximadamente 300 hectares no total, sendo desta aproximadamente 230 em fase de produção. É importante promover debates e incentivar o aumento do cultivo no Estado”, pontuou Oliveira.
Fonte: SupCom ALE-RR