O vice-presidente da Assembleia Legislativa (ALE-RR), Marcelo Cabral (Cidadania), usou a tribuna na sessão desta quarta-feira (5) para pedir apoio do governo federal, deputados e órgãos públicos na busca por uma solução frente às graves dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais do interior de Roraima que tiveram perdas expressivas causadas por queimadas, chuvas intensas e em razão da praga da lagarta nos pastos, o que comprometeu especialmente a pecuária e a agricultura dos municípios de Mucajaí, Alto Alegre e Iracema.
“Tenho acompanhado os relatos dos deputados desta Casa sobre essa situação e recebi ligações de diversos produtores pequenos, médios e grandes de Apiaú, Vila Nova, Samaúma, do Paredão, falando sobre o sofrimento deles e do que podemos fazer para ajudá-los a cuidar do rebanho”, disse o parlamentar.
Em visita à Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Marcelo Cabral tomou conhecimento da movimentação atípica de 90 mil cabeças de gado na região em maio, com animais ficando à beira da estrada ou em caminhões.
Diante disso, ele defendeu medidas de apoio aos pequenos produtores, muitos dos quais perderam a esperança. “Quero pedir à Comissão de Agricultura, em nome do parlamentar Armando Neto, para que se façam um levantamento e visita in loco aos produtores”, complementou.
Plano de contingência
O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural, Armando Neto (PL), Aurelina Medeiros (Progressistas), membro da comissão, e o líder do governo, Coronel Chagas (PRTB), detalharam o plano de contingência do Executivo para mitigar a situação, elaborado em reunião na segunda-feira (3).
“Reunimos diversas instituições, como Iater [Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural], a Aderr, a Desenvolve Roraima, entre outras. A lagarta já foi embora, deixando pasto morto. A solução apontada pelos produtores seria o governo fornecer máquinas para arar a terra, e a Desenvolve financiar a semente. A primeira ação é dos técnicos do Iater fazerem visitas in loco para identificar os mais necessitados e as áreas problemáticas. Também discutimos a renegociação das dívidas dos produtores de Iracema, e já existe um normativo pronto para que não seja cobrado o trânsito desses animais das áreas afetadas”, elencou Medeiros.
Coronel Chagas afirmou que o governo também trabalha na proposta de refinanciamento das dívidas e financiamento para os produtores.
“O Iater enviará técnicos às regiões para fazer um laudo que poderá ser utilizado por aqueles que têm empréstimos com problemas na situação bancária. Também vamos abrir uma linha de crédito através da Agência de Fomento para que eles possam comprar sementes, além de outras medidas. O governo está atento aos produtores”, adiantou o líder do Executivo.
Armando Neto, que já realizou diversas visitas técnicas às regiões afetadas e apresentou os problemas ao Plenário da ALE-RR, agradeceu os esforços conjuntos. “Essa união é fundamental para uma causa justa. Fico muito feliz quando vejo a deputada Aurelina ajudar nessas causas. Essa união do vice-presidente da Casa, Marcelo Cabral, me soma ao sentimento de todos. Deputado Coronel Chagas, também com a sua postura de líder do governo, estamos todos comprometidos a minimizar o que está acontecendo”, disse.
O deputado Gabriel Picanço (Republicanos), que visitou recentemente a localidade de Campos Novos, também se solidarizou e cobrou investimentos para socorrer o homem do campo.
“Vi uma família com um gado muito magro na estrada, e uma vaquinha que caiu no barranco e não conseguiu se levantar de tão fraca. O governo está realmente tentando resolver a situação, mas peço que subsidie a mecanização e a semente do capim. Vamos pedir ao governador para destinar mais recursos à Agência de Fomento para que a semente para renovar a pastagem seja financiada urgentemente, pois a lagarta mata totalmente o capim”, afirmou.
Governo federal
Após reconhecer as medidas iniciais do governo do Estado,Marcelo Cabral reforçou que o enfrentamento da problemática deve envolver diretamente o governo federal no refinanciamento de dívida dos produtores.
“O investimento em pecuária é a longo prazo. Quem pega, precisa esperar no mínimo três anos para ter retorno. O governo do Estado está fazendo a sua parte, fez um pacote para ajudar a plantar, mecanizar e orientar o produtor. Precisamos juntar os Poderes, associações e cooperativas para fazer uma grande carta ao governo federal, que hoje financia 95% dos produtores. O pequeno produtor quer ter oportunidade de pagar sua conta, pois o seu maior bem é a terra e o segundo, o seu rebanho”, concluiu Cabral, que pediu ainda apoio à bancada de deputados federais e senadores para reverberar a situação nacionalmente.
Fonte: SupCom ALERR