O presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, anunciou sua renúncia ao cargo no último domingo (10), em meio a uma série de controvérsias que abalaram sua liderança. Além disso, ele solicitou sua destituição do posto de vice-presidente da UEFA, a entidade esportiva europeia.
A renúncia de Rubiales veio após uma série de eventos que mancharam sua reputação. No centro da polêmica estava um gesto que ocorreu após a final da Copa do Mundo feminina, na qual a Espanha saiu vitoriosa. Rubiales deu um beijo à força na atacante Jenni Hermoso, um gesto que foi amplamente criticado e classificado por algumas autoridades, incluindo o primeiro-ministro espanhol e duas ministras, como violência sexual.
Em agosto, Rubiales inicialmente se recusou a deixar seu cargo, alegando que o beijo foi consensual e espontâneo. Ele afirmou na época: “Não vou deixar meu cargo. Foi um beijo espontâneo, mútuo e muito consentido. O desejo que eu tinha de dar esse beijo era o mesmo que eu teria de dá-lo na minha filha.”
No entanto, em uma carta divulgada no domingo, Rubiales alegou que sua família e suas filhas estavam enfrentando uma “perseguição desmedida”. Ele afirmou que acredita que a “verdade está se impondo” e que defenderá sua “honra” e “inocência”.
Jenni Hermoso, a jogadora que foi alvo do beijo, também se pronunciou sobre o incidente. Ela condenou o gesto e anunciou que buscará “medidas exemplares”. Sua posição inicial foi ambígua, já que, logo após a partida, ela reclamou do gesto em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, mas mais tarde a Federação Espanhola de Futebol divulgou uma declaração em seu nome, alegando que o beijo era “um ato de carinho entre amigos”. A falta de pronunciamento subsequente de Hermoso gerou especulações de que ela poderia ter sido pressionada pela federação.