Estudo aponta que Hidrelétrica Bem Querer seria uma das menos eficientes do país

ALE-RR fortalece ações de saúde e bem-estar para servidores
QUALIFICAÇÃO E OPORTUNIDADE
Escolegis abre inscrições para cursos presenciais voltados ao Dia dos Pais
“NEGÓCIO EM MOVIMENTO”
ALE-RR promove oficina gratuita para ambulantes e feirantes sobre precificação e vendas
REURB
Cadastro do Programa de Regularização Fundiária da ALERR continua em nove municípios de Roraima

O Fórum de Energias Renováveis de Roraima lançou uma publicação que analisa os riscos e incertezas na construção da Hidrelétrica Bem Querer, com destaque para o diagnóstico de que o projeto seria um dos menos eficientes no país.

O livro, disponível em formato e-book, também aponta outras alternativas para o futuro energético de Roraima, baseadas em empreendimentos mais diversificados e de menor porte, utilizando as potencialidades locais e adotando o modelo de negócios usado no 1º leilão de energia de Roraima, realizado em 2021.

Em 2007, a Empresa de Pesquisa Energética iniciou os estudos de inventário da Bacia do Rio Branco. Publicado em 2011, o documento foi aprovado no mesmo ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e no ano seguinte, inicia-se os estudos de viabilidade técnica.

As principais preocupações que foram trazidas pela sociedade durante os vários eventos realizados pelo Fórum de Energias foram reunidas no livro. Veja algumas delas:

– Grande área alagada, atingindo florestas, áreas urbanas e rurais, fazendas e terras indígenas;
– Alto risco hidrológico com geração de energia baixa ou nula durante o período seco.
– Elevação do lençol freático, com consequente aumento do alagamento durante as cheias, sobretudo em Boa Vista;
– Perdas econômicas na área alagada, impactando na agropecuária, estradas, turismo, pesca, lazer, etc;
– Perda das corredeiras do Bem e Querer e de 130 km de praias no rio Branco.
– Elevada emissão de gás metano pelo reservatório da usina.
– Piora nos indicadores de saúde, segurança, educação, custo de vida e outros, principalmente em Caracaraí;
– Bloqueio do rio Branco para a passagem de peixes e embarcações;

– Retenção dos sedimentos no reservatório, reduzindo os nutrientes e alterando a qualidade da água rio abaixo;

De acordo com Ciro Campos, um dos coordenadores do Fórum de Energias, o estudo mostra que a hidrelétrica seria mais importante para Manaus do que para Roraima. Está previsto no projeto que a linha seria usada para transmitir a Manaus parte da energia gerada.

“Está faltando energia em Manaus e recentemente até compraram 700 M de usinas térmicas a gás. Bem Querer seria importante para enviar energia para Manaus e equilibrar a tensão do Linhão que está chegando, durante a cheia do Rio Branco”, diz o pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA).

“Nosso estado teria que conviver com impactos irreversíveis e de larga escala, em troca de uma quantidade de energia que poderia ser obtida de outras formas, gerando menos impactos e mais empregos em Roraima”, complementa.

O projeto formaria um lago com 130 km de comprimento e 519 km² de área com barragem construída sob o Rio Branco, o maior rio de Roraima. Tanto o tamanho, quanto a localização do projeto causam inquietação na sociedade local,

Conforme o estudo, a ideia da Usina Hidrelétrica Bem Querer começou ser materializada em 2007 e, apesar das alterações sofridas ao longo do processo, como a redução da potência de 708 para 650 MW,  os riscos e incertezas do projeto permanecem, como os riscos relacionados ao tamanho do alagamento e à elevação do lençol freático.

Também há incerteza quanto à capacidade de geração da usina durante o período de estiagem. A potência mínima da usina durante o pico da estiagem não é informada mas, pela sua características de operação, é possível que neste momento a produção fique baixa ou nula.

De acordo com Rosilene Maia, integrante da coordenação colegiada, “o esforço em analisar a questão energética sob as diversas óticas sempre foi o método adotado pelo Fórum, e há consenso entre nós de que o projeto UHE Bem Querer não se mostra sustentável, embora se trate de produção de energia a partir de fonte renovável, tema central das nossas propostas”.

A publicação é uma realização do Fórum de Energias Renováveis de Roraima, que reúne diversos setores e organizações da sociedade local, entre elas o Instituto Socioambiental (ISA). O evento aconteceu no auditório do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) em Boa Vista.

Fonte: Instituto Socioambiental

Está gostando do conteúdo ? Compartilhe!

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Telegram
Email
Print

Confira mais ...

ALE-RR fortalece ações de saúde e bem-estar para servidores
Boa Vista reforça segurança pública com novas viaturas e equipamentos táticos para GCM e SMTRAN
Governo de Roraima inaugura 1ª pista pública de arrancada do Norte do Brasil
Escolegis oferece 300 vagas em cursos gratuitos com foco no Dia dos Pais
Comissão aprova prioridade para trabalhador tirar férias no mesmo período dos filhos
Polícia prende 2 suspeitos de matar estudante em Ilha Solteira, em SP
Comissão discute transição demográfica e envelhecimento da população brasileira
Comitês de participação na EBC escolhem seus presidentes