A busca por um relacionamento online pode ter consequências devastadoras. O golpe do “romance scammer” ou estelionato sentimental virtual é uma ameaça crescente nas redes sociais. Por trás de perfis falsos, criminosos seduzem suas vítimas com promessas de amor para, posteriormente, extorquir dinheiro. Além das perdas financeiras, muitas vítimas sofrem impactos psicológicos profundos, com 14% delas desenvolvendo quadros de depressão.
O esquema é astuto: criminosos geralmente se passam por estrangeiros em posições de destaque, como militares americanos. Após estabelecerem um “relacionamento”, começam a solicitar valores para suas vítimas. A caçadora de golpistas Glauce Lima, fundadora do Instituto GKScanOnline, destaca que mulheres entre 40 e 70 anos são os alvos principais, independentemente de sua situação conjugal ou classe social.
Mas como esses estelionatários operam com tamanha eficácia? Avanços tecnológicos, como o deepfake, permitem que os criminosos criem videochamadas falsas, tornando o golpe ainda mais convincente. As vítimas, por sua vez, muitas vezes são movidas por paixões intensas, distúrbios psicológicos ou costumes sociais que as tornam mais suscetíveis.
Maria*, uma produtora rural, é uma dessas vítimas. Após aceitar um pedido de amizade no Facebook, ela se viu envolvida em um romance virtual que culminou na perda de R$ 12 mil. A história de Maria é apenas uma entre milhares.
Além das vítimas diretas, há outro grupo afetado: aqueles cujas imagens são apropriadas para a criação dos perfis falsos. Kau Mascarenhas, palestrante e terapeuta, descobriu que fotos suas eram usadas em diversos perfis de golpistas. Diariamente, ele recebe mensagens de vítimas que o acusam ou se declaram a ele.
Um estudo da organização “Era Golpe, Não Amor”, realizado com 2.036 mulheres, revela que além das perdas financeiras, 14% das vítimas entram em depressão após o golpe. Além disso, 17% abandonam sites de relacionamento e 12% desistem de buscar um parceiro.
A crescente onda de crimes do tipo “romance scammer” exige atenção e medidas preventivas. Enquanto as investigações avançam, é fundamental que as pessoas estejam informadas e protegidas contra tais ameaças virtuais.